quarta-feira, 15 de julho de 2009

Conversa Cristã Decente

Conversa Cristã Decente

“Eu nunca tive problemas com Cristo, mas os Cristãos sempre me deram dor de cabeça, e eu costumava evitá-los se pudesse, eu sempre os achei desinteressados culturalmente e politicamente. Achava muito difícil ficar a vontade com eles, eles pareciam tão estranhos pra mim, e estou certo de que eu era estranho pra eles.” (Bono Vox)

No início da minha curiosidade sobre o Cristianismo eu fazia o possível para me informar sobre tudo a respeito disso, e conseqüentemente isso me levou a dois hábitos naturais de qualquer pessoa que se envolve com o Cristianismo. Primeiro, eu passei a conviver com Cristãos diariamente e me afastei das pessoas que não freqüentavam os mesmos lugares que eu. Segundo, passei a conviver cada vez mais próximo de lideres no meio Cristão, e eu ainda não sabia como eu estava sendo tolo. Quando comecei a conviver com Cristãos constantemente aprendi algo que me surpreendeu o bastante para me fazer pensar que eu estava “pecando” em meus próprios pensamentos, eu passei a separar o Cristo que falava nas escrituras dos Cristãos. Eu me perguntava constantemente, “Por que os Cristãos fazem isso se Cristo não fazia?”, e isso foi um choque em todos os meus conceitos, você passa a vida inteira aprendendo e ouvindo uma coisa, até que você busca conhecer o verdadeiro Cristo e encontra conceitos completamente diferentes. Foi quando busquei lideres, ou pessoas que, de alguma forma, tinham influencia sobre os ensinamentos dentro das “igrejas”, e foi o segundo choque, e o mais forte. Quanto mais eu conhecia os lideres, menos eu queria me tornar um deles, e foi exatamente o momento em que eu comecei nivelar todas as pessoas, os lideres eram tão comuns quanto os que nem sequer freqüentavam aquele lugar.No meio de toda essa revolução que estava acontecendo na minha cabeça, conheci outros que estavam chegando ao mesmo nível de loucura que eu, afinal, só pode ser loucura que todos estejam errados e eu certo? Na verdade, eu também estou errado! Percebi que todos nós somos os “errados” da história!

O Cristianismo deveria ser simples e contagiante, e o que torna isso contagiante é a falta do preconceito, e é exatamente a grande questão. Os Cristãos ainda estão presos aos velhos conceitos culturais da sociedade, e o grande problema do Cristianismo foi quando passaram a misturar Culturas e Crenças. O Cristianismo deve ser puro, deve ser visto em sua essência, sem influencia de personalidades ou culturas de diferentes gerações. Vejo essa mistura como a tentativa de uma geração tentar consertar a outra, mas de forma errada, o erro foi tirar a pureza e a simplicidade do Cristianismo. Eu vejo como tantos jovens hoje em dia ainda se sentem acusados por terem uma tatuagem, ou até mesmo por terem cabelos longos ou curtos, ou pela sua maneira de se vestir, e isso veio consumindo sua personalidade, e dessa maneira fizemos um Cristianismo problemático. Você se lembra quando as tatuagens ainda eram vistas como algo marginalizado em nossa sociedade? Certamente que em alguns lugares isso ainda é visto assim, mas nunca isso deveria ser defendido através do Cristianismo, assim como sempre o fizeram, usando textos e trechos da Bíblia, textos que são tão convincentes que criaram toda uma ideologia em cima disso. Mas esse não foi o único caso, muitos problemas foram criados por interpretação errada de textos, pela maneira como foi ensinado durante décadas, novas religiões foram criadas, a própria igreja se dividiu em denominações, essas denominações se dividiram e outras e outras denominações, cada uma com sua crença, cada crença com seu próprio meio de salvação, e pior, essa divisão foi tão marcante que “igrejas” passaram a zombar de outras “igrejas” e a lutar entre elas.

Mas chegamos a um ponto critico, a forma sutil como isso nos atingiu, nós criamos divisões até mesmo dentro de nossas próprias “igrejas”, pegamos o péssimo costume de olhar os defeitos superficiais das pessoas, falamos de sua maneira de se vestir, de suas tatuagens, de sua classe social, passamos a selecionar nossos amigos, fechamos a porta para os menos favorecidos, passamos a olhar valores errados, idéias erradas, nós simplesmente pegamos todo aquele quadro criado por Cristo e dividimos em milhares de partes, e cada parte se recusam a juntar as outras. Criamos uma divisão entre membros, lideres e pastores, demos mais credibilidade a um do que a outro, e esquecemos que Jesus Cristo era uma pessoa simples em seus conceitos.Mas, como juntar tudo de novo? Como mudar o que está estragado? Ou montar o que foi tão dividido? Acredite! Quem vai mudar as coisas são as mesmas pessoas que são chamadas de “loucas” ou de “rebeldes” pelos lideres e membros da igreja, são as pessoas que decidiram esquecer a religiosidade e passaram a amar mais o seu próximo. Decidimos ter uma Conversa Cristã Decente e deixar nossos velhos costumes pra trás, porque é assim que essas pessoas passaram a ver o Cristianismo, um lugar onde o que está dentro vale muito mais do que as coisas que podemos ver. E quem sabe um dia as coisas voltem a ser como deveriam ser, porque temos duas escolhas, ou seremos a luz do mundo ou ainda teremos que ser a luz da igreja! Amar a Deus e amar ao próximo, busque saber mais sobre isso!

Brilhe, faça-os perguntar o que você tem! Faça-os desejar que não estivessem do lado de fora entediados...”. (Peter Furler)

Ps.: Isso não é uma crítica aos nossos líderes, apenas fala sobre a questão do julgar as pessoas pelo que elas aparentam. (Bia)
Autor: Rodrigo Garcia
(Postado por: Beatriz Protazio)

2 comentários:

  1. nossa, ótimo texto! Realmente, o preconceito dentro das igrejas, em geral mesmo, ainda é grande. E são preconceitos ditos 'pequenos', como uma roupa, um brinco, um cabelo... O legal é a fusão de tudoo! É tão bonito ver que Deus nos fez diferentes uns dos outros. Deviamos olhar isso com outros olhos, porque mais vale o que se é, do que se aparenta ser.

    ResponderExcluir
  2. E mais Rafa, é interessante como o autor cita a simplicidade e a humildade de Jesus, não somente por aceitar o outro, mas por amá-lo como semelhante, veja por exemplo quando ele lava os pés dos discípulos, ou quando ele se senta à mesa com os homens chamados de 'indignos'/publicanos.

    ResponderExcluir